Claudemir e "Os Cobras do Lambadão"
- Lambadão news
- 31 de mai. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 1 de jun. de 2023
Claudemir Guimarães, de 46 anos, morador do bairro baú em Cuiabá, cozinheiro e dançarino. Apaixonado pelo lambadão, está cerca de 32 anos festejando com o ritmo, não só ele, como toda sua família, seu filho, sua neta e seus amigos
Teve seu primeiro contato com o lambadão através de sua tia. Ele frequentava o AlanMog, um clube onde tocava funk e ficava perto do pronto socorro de Cuiabá, sua tia por não gostar, o levou para outro clube, o La Mané, no bairro Areião. Foi neste clube que Claudemir escutou lambadão pela primeira vez, escutou a banda Signo por três horas de relógios e a banda Os Maninhos por duas horas. Depois desse dia, o lambadão o conquistou completamente e nunca mais voltou para o funk.
Fascinado pelo ritmo, logo foi juntando a galera do bairro Praeiro para poderem dançar. Ele e seus amigos, Zezinho, Baianinho, Rabicó e Davi, mais conhecido como “Davisão”, e cerca de 40 pessoas se reuniam para ensaiar o famoso lambadão.
Seus finais de semana eram sempre no La Mane ou no Deacil, casas tradicionais de Lambadão. Isso foi mudando aos poucos com o surgimento de novas casas, como Canecão, Ponto Alto Choperia, Terraço Choperia, Choperia nosso canto (Dom Aquino) e o famoso O Galpão.
Passando pelo centro da cidade de Cuiabá, em uma casa de disco que vendia CD e DVD, o dançarino se deparou com várias crianças com roupas de dança, ele curioso logo quis saber mais. As crianças dançaram lambadão e rasqueado, e todas estavam uniformizadas. O nome do grupo era Rebole Dance, era composto apenas por crianças e o casal de dançarinos que eram os donos.
Em férias no Pará teve a oportunidade de conhecer o grupo chamado Cobra do Forró, onde eles estavam todos uniformizados. Ele se lembrando do grupo Rebole Dance, surgiu a ideia de criar um grupo.
“Quando eu cheguei de volta em Cuiabá, a primeira coisa que eu falei para os guri foi, vamos fazer um grupo de dança. Vamos fazer uma camiseta e ir para os clubes” comenta o dançarino
O clube que estava em alta na época era o chamado Canecão, perto de sua casa, localizado na beira rio do paraíso. Com muita determinação conseguiu um patrocinador, o dono da banda Os Maninhos, Tião de Oliveira, o empresário Carlos Renê e o locutor da banda, Zé Nelson, eles se juntaram e patrocinaram 45 camisetas para o novo grupo de lambadão que surgia. Em meados de 1995 o segundo grupo de lambadão do Estado de Mato Grosso foi nomeado como “Os Cobras do Lambadão”
O grupo já se apresentou em vários programas, como no programa do Ratinho, da Ana Maria Braga, Ana Poppovic, programa regional mato-grossense de lambadão da Gazeta, onde alguns de seus alunos se apresentam todos os sábados e domingos.
Alguns Lugares como shopping três Américas, shopping goiabeiras, shopping Pantanal, Assembleia Legislativa, Câmara de Vereadores de Cuiabá e várzea grande, chapada festival de inverno, festa da igreja São Benedito em Cuiabá, festival de dança em Rondonópolis, Bulixo (festival da gastronomia no Sesc Arsenal), Lua morena e no Laço de Ouro. No aniversário de 300 anos de Cuiabá, o grupo fez parte das apresentações Cuiabá 300 anos em todos os lugares no Mato Grosso.
Claudemir e sua dupla Eliana dançando lambadão/ vídeo: Cuiabá 300 graus.
O grupo atualmente conta com 137 pessoas, fora algumas pessoas que não dançam mais e nem participam no grupo. O grupo já chegou a ter 220 integrantes.
O grupo mais antigo de Lambadão é o Rebole Dance, logo depois Os Cobras do Lambadão e assim vai seguindo:
Os cafajeste lambadão
O suicídio do labrador
24 horas da ressaca
Os carequinha de Poconé
Lambadeiro de Cáceres
Os motoqueiros do lambadão
Os top do lambadão
Lambadeiros de elite
Os gaviões do lambadão
Os garotos do lambadão Cia de dança do Dodô
Raízes do lambadão
As feras do lambadão (o único grupo que só tem mulher)
24 horas no lambadão
Me chama que eu vou
Grupo de danças gordinho do lambadão
Acreditando na importância do lambadão para cultura, o dançarino pensa que em todos os colégios da baixada cuiabana devia ter incentivos às danças culturais, não só o lambadão, mas o rasqueado, o siriri e cururu, pois são maneiras de não deixar a cultura morrer.
“O lambadão virou Cultura mato-grossense, Cuiabá e Várzea Grande a grande baixada cuiabana você não vê uma noite sem lambadão. Então interfere muito né, na vida do mato grossense se não tiver banda do lambadão, pois o povão não vai para outro lugar não, só vai para o lambadão” diz Claudemir.
Considerando a importância do lambadão não só para cultura, mas para economia também, o artista diz que o lambadão hoje em dia no Estado, diretamente ou indiretamente dá mais de 2.000 empregos.
“O lambadão fomenta a noite mato-grossense. A mistura de lambadão e outros ritmos fomentam todas as classes e os lugares em Cuiabá e Várzea Grande. Nas festas o dinheiro pode vir pela venda de bebidas e pelas entradas nos shows, onde as mais baratas variam entre quinze a quarenta reais”, fala o dançarino.
Em Cuiabá e Várzea Grande tem várias casas que tocam lambadão. O dançarino faz suas indicações das mais tradicionais casas das regiões.
Cuiabá:
Pirâmide distribuidora
Bar do Índio (Florianópolis)
Top mais (CPA, ao lado do verdinho)
Dallas bar
Mangueiral peixaria (Praieiro)
Centro comunitário do São Gonçalo do Brasil
Top do lambadão (Beira Rio)
Várzea grande:
Avião distribuidora
Laço de ouro
Dona Ana (Jardim Glória I)
Dona Ana (Alameda)
Antigo Robertão
VG pub
021 pub
Cabana show Bar
Zé Pimenta
Cabana da Dudu
Clube do Gonçalo Godoy
Em Outubro de 2023 “Os Cobras do Lambadão” completam 28 anos de atividade, e já estão sendo feitos planos para comemoração. No aniversário de 25 anos do grupo, Claudemir fez uma arte para a camiseta do grupo.

Para aqueles que possuem interesse em conhecer o ritmo e até participar de algum grupo de dança de lambadão, o dançarino diz que para entrar em grupos de dança de lambadão é fácil. Normalmente a pessoa pode procurar os grupos para fazer aula de dança, já que todos são muito amigáveis.
Em toda seus 32 anos de caminhada com o ritmo, o lambadão já faz parte da vida de Claudemir, ele é incluso nos pequenos detalhes do seu dia a dia.
“Lambadão está na minha vida em quase tudo que eu faço. Quando eu tô dentro da cozinha trabalhando, estou ouvindo lambadão. Quando vou para uma conveniência com meus amigos tomar uma cerveja, quando eu vou para alguma festa. É algo que eu não consigo viver sem, eu defino o lambadão como: alegria, parceria, cultura, vida e claro muito amor”, diz o artista.
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